Sumi-ê de Nydia Bonetti
Os poemas de Sumi-ê, de Nydia Bonetti, inventam um jardim, que não é o zen japonês, mas tenta simulá-lo, com seu rigor de pedras. Surgem, aqui e acolá, uma...
Revista digital de Arte e Cultura
Ilíada de Homero para jovens
Depois do recente livro Estética da Dança Clássica, Frederico Lourenço retoma a adaptação de clássicos para jovens, que iniciou com A Odisseia de Homero, lançando agora A Ilíada, pela editora portuguesa Livros Cotovia. Segundo Ítalo Calvino um “clássico é um livro que nunca acabou de dizer aquilo que tinha para dizer.” A Ilíada de Homero é o livro fundador da literatura ocidental, onde esta ideia de não esgotamento das grandes questões, que acompanham desde sempre a Humanidade, se configura no discurso perene do mais clássico dos clássicos. Adaptada a um público jovem (no seguimento da Odisseia, que já está na sua 10ª edição) embora com suficiente justeza de linguagem para todas as idades, esta Ilíada que Frederico Lourenço revisita, na essência poética de Homero, propõe um mundo mais real que o dos deuses da Odisseia. É da coragem, sofrimento e redenção humanas que se pintam estas páginas, ministrando-se na figura de Heitor – modelo próprio da poesia homérica – aquilo que de melhor se pode encontrar no ser humano.
“Andrômaca, não me entristeças demasiado o coração. Nenhum homem além do destino me precipitará no Hades; porém digo-te não existir homem algum que à morte tenha fugido nem o cobarde, nem o valente: basta que tenha nascido. Agora volta para os teus aposentos e presta atenção aos teus lavores, ao tear e à roca; e ordena às tuas servas que façam os seus trabalhos. Pois a guerra é aos homens que compete; a mim, sobretudo. Assim falando, Heitor pegou no elmo com crinas de cavalo. Sua mulher amada regressou a casa, voltando-se muitas vezes para trás, em choro abundante. Ao chegar a casa, Andrômaca ergueu o lamento no meio das servas. Elas choravam Heitor, ainda vivo: pois pensavam que ele já não voltaria da guerra.»
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