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Revista digital de Arte e Cultura
De volta ao Brasil depois de 28 anos no Japão, Marco Bosco
acaba de produzir com patrocínio do FICC o CD duplo 33, uma coletânea de sua vida musical.
Ele ganhou o Grammy em 2009 como diretor artístico do melhor disco de jazz contemporâneo, Randy in Brazil, do trompetista norte-americano, Randy Brecker. Percussionista e produtor musical, Marco Bosco, 57, está lançando o CD duplo 33 que acaba de produzir em parceira com Paulo Calasans, depois de receber em 2013 o incentivo do FICC (Fundo de Investimentos Culturais de Campinas) para comemorar 33 anos de carreira.
O disco é literalmente 33 anos de vida gravados em que Bosco e Calasans trazem o elétrico e o eletrônico de mãos dadas com piano acústico, a percussão acústica misturada aos sons da natureza e do dia-a-dia. A única música inédita “33” tem uma característica muito marcante para Bosco. Isso porque foi gravada em 2013 quando teve um problema no braço e ficou imobilizado por 10 meses. Por isso, esta música é digital do começo ao fim, ao contrário da primeira Aqualouco que é inteira acústica. “A 33 foi programada à distância por Paulo Calasans e meus dedos da mão esquerda.” O único elo entre as músicas dessa coletânea segundo ele é a qualidade dos integrantes – Egberto Gismonti, Ruria Duprat, César Camargo Mariano, Paulo Calasans, Airto Moreira, entre outros. “Cada música é a trilha de um momento diferente em que imprimi tudo o que estava comigo”. De seus 12 discos autorais só três foram gravados no Brasil além deste último, mas o “33” revela que toda sua produção tem sotaque brasileiro, seja na música instrumental, ritmo de raiz ou world music.
Da bateria à percussão
Trabalhou com Egberto Gismonti, Rogério Duprat, Ivan Lins, Wanderléa, Sá & Guarabyra, Randy Brecker Nina Simone, Duran Duran, entre outros. Neto de um violeiro que dançava Catira e primo da cantora de festivais, Sônia Rosa, que nos anos 70 se tornou uma superstar no Japão, Bosco nasceu em Torrinha, interior de São Paulo. Ele conta que primeiro pensou em ser baterista. Chegou a comprar uma bateria em 1976 que foi trocada antes do uso por congas, timbales e outros instrumentos de percussão ao ouvir o LP Fingers de Airto Moreira.
As oportunidades que teve no Brasil e nos quatro cantos do mundo indicam que fez a escolha certa. Chama de sua casa um dos mais importantes estúdios do país na época que iniciou a carreira. “Quase tudo que gravei no Brasil está no Vice-Versa. Aquilo era minha casa porque trabalhava com Sá & Guarabyra e o maestro Rogério Duprat”. Parte do trabalho desenvolvido ao lado de alguns dos nossos melhores músicos está no 33. Não entra nesta coletânea uma única música do álbum Live at Hot-Crocket (1980), sua primeira gravação em Tóquio com o grupo Acaru. “Este disco fez o maior sucesso, mas o máster pertence à RCA Victor e por isso não pude incluir no 33.
Carreira internacional
Com a crise que assolou o Brasil em 1990 e as portas abertas no Japão, Bosco voltou para Tóquio. Desde que deixou o país, trabalhou com grandes artistas da Ásia, Europa e Estados Unidos. Prova disso é que, além do disco de Randy Brecker que ganhou o Grammy em 2009, foi produtor de Airto Moreira & Flora Purim, Leila Pinheiro, Ivan Lins, Oscar Castro Neves, Tsuyoshi Yamamoto, Casey Rankin, entre outros. Em 2000 voltou para o Brasil no tour de Nina Simone. Acabou ficando por aqui e gravou o Techno Roots um tributo ao Jackson do Pandeiro em versão Techno. Oito das músicas do 33 são reproduções deste álbum. “Jackson é a música que eu cresci ouvindo. Um excelente cantor com uma divisão rítmica jamais conseguida por outro na historia do Brasil”.
Para Bosco o patrocínio do FICC foi muito importante. Além da reprodução está viabilizando a educação musical de novos ouvidos nas escolas que estão recebendo da secretaria de cultura cópias do álbum. Ele destaca que só está conseguindo lançar o álbum por se tratar de uma coletânea de produções. A expectativa de Bosco é que a iniciativa cresça e se torne mais adequada às necessidades dos produtores culturais.
No Brasil, o disco está sendo comercializado online pela www.cendimusic.com que entrega em qualquer lugar do Brasil. Em 32 países conta com a distribuição digital da CD Baby, ITunes, Deezer, Spotify, Google Music, Last FM, Xbox.
Mais sobre ele:
http://www.reverbnation.com/marcobosco
http://www.youtube.com/watch?v=mWpedcXUam4
Mais informações podem ser obtidas com
Eutrópia Turazzi – LDC Comunicação
Tel. 19 3272-8784
Cel. 19 9 9172-4437